quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O último dos moicanos

Oi, gente! Como está difícil encontrar o filme O último dos moicanos, vou deixar um link aqui para quem precisar baixar. Um abraço.
Acessem o link abaixo para baixar o filme.
http://www.filmescompletos.info/filme-o-ultimo-dos-moicanos-legendado ou http://www.megaupload.com/?d=JFEJS372 ou ainda http://www.megaupload.com/?d=Q808TOMK

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Macunaíma - O herói sem nenhum caráter


“O brasileiro não tem caráter porque não possui nem civilização própria nem consciência tradicional”.
(Mário de Andrade)

Publicado em 1928, Macunaíma, o herói sem nenhum cará-ter, é uma das obras pilares da cultura brasileira.
Revolucionária, desafiou o sistema cultural vigente com uma nova organização da linguagem literária.

“No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma”.

Traços característicos:
* Narrativa fantástica ou picaresca (malandra);
*Reelaboração de temas da mitologia indígena com visões folclóricas da Amazônia e do resto do Brasil;
*Presença das vanguardas européias: Dadaísmo, Futurismo, Expressionismo e Surrealismo (tom bem humorado e inventividade narrativa e linguística);
*Romance modernista que melhor sintetiza as propostas do movimento antropofágico;
*Linguagem popular de várias regiões do Brasil;
*Rapsódia: termo usado para definir epopéias como a Ilíada e a Odisséia, de Homero, que contém séculos de narrativas poéticas orais e resumem as tradições folclóricas de todo um povo;
*Criação de mitos: Mário inventa mitos da criação do futebol, do truco, do gesto da “banana” ou do termo “Vá tomar banho!”;
*Espaço e tempo mágicos, próprios da atmosfera fantástica e maravilhosa em que se desenvolve a narrativa;
*Abundância de enumerações com as quais o autor pretende desregionalizar sua obra: “(...) frequentava com aplicação a murua a poracê o torê o bocorocô a cucuicogue, todas essas danças religiosas da tribo”.;
*“Carta pras Icamiabas”: sátira ao beletrismo parnasiano da época – Macunaíma escreve a suas súditas, as icamiabas, contando como é a cidade de São Paulo em linguagem rebuscada.

Nome do herói: a palavra MAKU, que significa “mau” + o sufixo IMA, “grande”. Assim, Macunaíma significaria “O Grande Mau”.

Personagens principais:
* Macanaíma: o herói, protagonista – na verdade um anti-herói;
* Maanape: irmão mais velho de Macunaíma, é feiticeiro (mentor, representa sabedoria);
* Jiguê: irmão do meio, é jovem e forte;
* Ci, Mãe do Mato: rainha das Icamiabas e grande amor de Macunaíma – Ci dá ao herói a muiraquitã, pedra verde, símbolo de sua origem;
* Vei, a Sol: deusa dos trópicos;
* Venceslau Pietro Pietra: Gigante Piaimã comedor de gente (vilão).

Jornada do herói:
**Macunaíma nasce na mata amazônica, às margens do rio Uraricoera, na tribo tapanhumas.
**Sem querer, Macunaíma mata a própria mãe e precisa deixar a tribo. Parte pela floresta com os irmãos Maanape e Jiguê.
**Encontra Ci, Mãe do Mato, rainhas das Icamiabas, e se apaixona por ela.
**Ci dá à luz um menino, mas a criança mama leite envenenado e morre. Ci, muito triste, decide ir para o céu. Antes, dá a Macunaíma a muiraquitã para que, sempre que ele se sentir só, lembre-se dela.
**Macunaíma se mete em uma briga e perde a muiraquitã. A pedra vai na barriga de um peixe para São Paulo e acaba nas mãos de Venceslau Pietro Pietra.
**Macunaíma vai com os irmãos para São Paulo em busca da muiraquitã.Deslumbra-se com a cidade.
**O herói tenta várias vezes recuperar a pedra, mas acaba sempre falhando.
**Decide ir à macumba no Rio de Janeiro e faz com que Exu dê uma surra terrível em Venceslau.
**No Rio, encontra-se com Vei, a Sol, que promete lhe dar uma de suas filhas em casamento. Mas a deusa pegaMacunaíma brincando com uma portuguesa e fica muito zangada.
**Depois de muitas aventuras e confusões e com muita esperteza, Macunaíma recupera a muiraquitã e decide voltar para casa. Deixa São Paulo levando muitas lembranças.
**Vei, a Sol decide se vingar do herói e manda que uma sombra engula seus irmãos.
**O herói fica só e muito triste. A deusa faz com que ele veja uma linda mulher dentro das águas do rio. Macunaíma mergulha atrás da mulher, mas na verdade era um monstro que engole a pedra e mutila o herói.
**Macunaíma decide, então, se tornar o brilho bonito mas inútil das estrelas.

Observações:
*Macunaíma é um anti-Peri: é o oposto do índio de Alencar – preguiçoso, feio, covarde, egoísta, esperto e ardiloso. Mas tem em comum com Peri o desejo de ser europeu, a subserviência ao estrangeiro. O herói de Mário se aproxima também de Iracema.
*Macunaíma é uma personagem camaleônica, muda de forma de acordo com a necessidade. É um malandro, um ser marginal.
*Carnavalização: a obra de Mário de Andrade subverte todas características do romance tradicional.

“Gastei muito pouca invenção neste poema fácil de escrever (...). Este livro afinal não passa duma antologia do folclore brasileiro”.
(Mário de Andrade)