sexta-feira, 16 de julho de 2010

Novo visual

O blog está de visual novo. Deixe seu comentário, dizendo o que achou da cara nova de "e por falar em literatura..."
Beijo.

Invictus

Assisti ao filme Invictus recentemente levada pela "febre da Copa". O filme conta como Nelson Mandela conseguiu através de um esporte pouco popular na África do Sul, pelo menos entre os negros, o rugby, unir o povo. O filme em si é um pouco maçante, mas a interpretação de Morgan Freeman, na pele de Mandela, e o poema "Invictus", de William E. Henley, valem muito a pena. Passei a admirar ainda mais Nelson Mandela após o filme. O poema ajudou-o a suportar as agruras do cárcere e tem versos realmente motivadores. O grande papel da arte é fazer-nos pensar. Invictus, filme e poema, cumprem bem esse papel.
Abaixo vai a tradução do poema:

Invictus

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

(William E Henley)

Diário de Zlata

O que sente uma criança diante da brutalidade da guerra? Como pode brincar, estudar, viver, enquanto a morte, o medo, o abandono e a intolerância chegam cada vez mais perto de seu lar? Como pode se adaptar a um cenário tão cruel?
Tenho me feito essas perguntas durante a leitura de Diário de Zlata. E é o próprio livro quem tem me respondido. E me levado de volta aos meus onze, doze anos, pois é inevitável para o leitor não se colocar no lugar da menina e viver com ela seus anseios e alegrias de adolescente. E também o medo e a angústia trazidos pela guerra. Zlata tem 11 anos e mora em Saravejo, na Bósnia.
O ano é 1991 e o país começa a viver sua quinta guerra no século. Em seu diário, como também fez Anne Frank, Zlata nos conta seu dia-a-dia, em que se mesclam os sonhos e os desejos juvenis com os horrores da guerra.
O que fica cada vez mais claro, para nós leitores, é o quanto a guerra pode ser injusta. Através das palavras de Zlata, somos levados a olhar o mundo com seus olhos e a perceber como os conflitos criados pelos adultos atingem cruelmente as crianças, cerceando sua liberdade e maculando sua inocência.
Estou no início da leitura, mas quis comentar um pouco das reflexões que ela tem me proporcionado. Depois, quando terminar, falo mais um pouco sobre esse livro inquietante.