sábado, 7 de agosto de 2010

A velha casinha rosa

O texto abaixo foi produzido a partir da planta baixa de uma casa e teve como estímulo a crônica "A casa das palavras", de Marina Colasanti. A Gabriela, aluna do 9º Ano B, conta-nos a história de uma velha casinha rosa e as impressões que esta deixou no saudoso narrador.

A velha casinha rosa
Passei muito tempo na casa da minha infância. Sítio Santa Cecília. E, como honrava o nome de sua padroeira, música não faltava ali! Fosse no canto dos canários, rouxinóis ou viuvinhas, fosse no velho violão, contador de várias histórias. A casinha rosa era um charme, um convite para entrar e experimentar do cafezinho fumegante, cujo cheiro saia constantemente do bule sobre o fogão à lenha. No jardim, entre as mangueiras e goiabeiras, bolas rolavam, cães corriam e a bicicleta era mantida em constante movimento.
Ah, e os cantos! Havia milhões deles! Cantos secretos, escuros, claros, pequenos, grandes... Na garagem, tinha sempre um pneu pronto para virar balanço. E, quando o sino tocava anunciando o almoço, a casa era tomada por profundo silêncio. No ar, apenas os aromas, uma mistura de condimentos e carinho. Tenho certeza que esse é o segredo da comida de roça.
Durante as noites de inverno, escutávamos histórias contadas pela própria casa com seus barulhos. Barulhos de casa velha, ou melhor, barulhos de casa avó. Ah! Como vivia a velha casinha rosa!

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