quinta-feira, 15 de abril de 2010

Corda bamba

Da mesma revista, Conhecimento Prático Literatura, que deixar aqui também um poema de Salgado Maranhão muito interessante que fala do ofício do poeta e de todo escritor.

Corda bamba

o poeta é mercador
traficante de caminhos
que vende raios,
sinfonias
e horizontes.
frugal mercador de eternidades
- porta a porto -
aos quatro cantos do luar
ao mar
ao ar
sob o tempo
e o temporal.

o poeta corre o risco
entre o amor livre
e a palavra.
está sempre atrás do pano
em plena corda bamba
do mistério.
e atravessa submerso as metrópoles
dos olhares
feito um louco solitário
que come fogo.

Um comentário:

  1. Gostei muito do poema, Samira..de fato, o poeta fica numa corda bamba, sempre surpreende..nunca sabemos o que vem pela frente, e o mais importante, para o leitor, é ser surpreendido mesmo, ler algo que possa se identificar...
    Lara, 2º A

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