quinta-feira, 15 de abril de 2010

O romance de Tristão e Isolda

A lenda de Tristão e Isolda é uma das mais belas histórias de amor da cultura ocidental. Trata de um amor proibido, impossível e, por isso mesmo, trágico. A beleza talvez esteja exatamente aí. Tristão é um guerreiro destemido que ama e serve com bravura a seu rei, e também tio, o rei Marc. Para sua infelicidade, apaixona-se perdidamente por Isolda, que vem a ser tornar esposa do rei. Isolda corresponde aos sentimentos de Tristão e os dois passam a se encontrar nas "barbas" de Marc. Temos aqui alguns ingredientes infalíveis para uma boa história: o triângulo amoroso, a paixão desenfreada e a consequente infidelidade, e a já citada proibição da realização do amor. Os românticos nos ensinaram a amar esse tipo de história. E a chorar com ela. E a desejar um amor assim, apesar do adultério e do final infeliz. O adultério é justificado pela força da paixão. Os dois bebem sem querer uma bebida mágica que os deixa loucos de amor. A paixão metaforizada em uma droga, um alucinógeno. É aquela história de que não escolhemos por quem nos apaixonamos. Já o final infeliz - a morte do casal - torna o texto mais belo, ainda que ansiemos pelo doce "final feliz" dos folhetins românticos. Escolhi essa lenda como primeira leitura das turmas de 1º Ano do Colégio Ruy Barbosa porque sou (por que negar?) apreciadora dos folhetins. Foi com eles que aprendi a gostar de ler. Além disso, a história tem muita aventura, revelações, reviravoltas, desencontros, suspense, enfim um pouco de tudo que todos estão acostumados a assistir nas novelas e filmes - ambos desdobramentos do romance do século XIX. Outro motivo importante é que a lenda de Tristão e Isolda é uma espécie de novela de cavalaria, pertence ao período medieval e ilustra muito bem o Trovadorismo, primeiro estilo literário estudado pelas turmas. Mas voltando ao gosto por histórias de amor trágico, acho que ele se deve à força do sentimento dos amantes. Essa força é capaz de arrebatá-los de tal forma que as sanções são esquecidas. As pressões de nossas vidas são tantas e tantas vezes gostaríamos de poder esquecê-las, gostaríamos que uma força assim nos arrebatasse também. E se não podemos viver isso na realidade, nos resta a ficção. E os romances, como o de Tristão e Isolda.

Um comentário:

  1. Gostei do muito do livro. Queria ter lido esse seu comentario antes da prova, pois ajudaria muito! Espero que os próximos livros sejam tão interessantes e envolventes como esse!

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